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S 01 - GÊNERO, COLONIALISMO E PÓS-COLONIALISMO
Prof. Dr. Mário César Lugarinho (USP)
Prof. Dr. Silvio Renato Jorge (UFF)
Profa. Dra. Simone Pereira Schmidt (UFSC)
O Simpósio pretende enfocar o processo da construção do gênero nas literaturas africanas, propondo a discussão de sua abordagem em textos produzidos a partir de diferentes posições de sujeito, em diferentes lugares (geográficos, subjetivos, sexuais, étnicos, raciais, etc). Nesse sentido, sua proposta se baseia na intersecção entre os estudos feministas, os estudos de gênero e os estudos pós-coloniais, com o intuito de ampliar a compreensão das estratégias de construção de estéticas e de políticas descoloniais, examinando tantos os textos produzidos no período colonial como aqueles já marcadamente pós-coloniais, todos eles empenhados na desconstrução da colonialidade e na proposição de novas formulações de conceitos como identidade, sujeito, representação, lugar. Os estudos feministas e os estudos sobre as masculinidades, bem como a teoria queer, são também convocados para o desenvolvimento de uma reflexão que aponte outra(s) forma(s) de pensar as tensões coloniais e pós-coloniais que ganharam representatividade na produção literária dos países africanos.
S 02 - PERSONAGENS FEMININAS NAS LITERATURAS AFRICANAS E AS SUAS RELAÇÕES DE PODER E RESISTÊNCIA
Profa. Dra. Rosilda Alves Bezerra (UEPB)
Profa. Dra. Algemira de Macedo Mendes (UESPI)
Profa. Dra. Algemira de Macedo Mendes (UESPI)
Nas literaturas Africanas, a representação da mulher procura se desprender das amarras que ainda ocorre de modo a ser compreendido como uma construção proeminente masculina. Isso se dá devido à formação do cânone dessas literaturas ter sido constituído em sua maioria por homens, visões estreitas em torno da resistência ao ingresso dessa mulher na literatura, respaldada pela herança de um patriarcalismo, fazendo dessa representação feminina uma mostra do caráter subalterno e da idealização maternal. Por ter como principal símbolo desse ideal materno, a própria Mãe África, à mulher foi destinada um desafio a mais, que seja o de proporcionar a continuidade das contestações em torno dos feminismos, ultrapassando as barreiras dos debates restritos para alcançar outras vozes com dilemas vividos por outras mulheres em contextos sociais, aparentemente distanciados geograficamente, mas que compartilham dos mesmos imaginários, discursos e ideologias. Por meio da leitura de variadas temáticas poéticas e narrativas africanas, este simpósio receberá propostas concernentes ao debate em torno dessas discussões.
S 03 - DESCOLONIZANDO SABERES A PARTIR DE NARRATIVAS ORAIS, URBANAS E DIGITAIS: BRASIL E ÁFRICA EM DIÁLOGO
Profa. Dra. Mauren Pavão Przybylski (UNEB)
Profa. Dra. Juliana Cristina Salvadori (UNEB)
Neste simpósio queremos partir da discussão sobre as poéticas orais, com destaque para os pontos de contato e afastamento entre a letra e a voz. A partir da experiência da narração oral de histórias populares, são percebidas as dimensões corporais e coletivas da performance, em que a recepção é criativa e o contexto intervém na construção dos sentidos. Logo, este simpósio almeja trabalhos que partam da perspectiva descolonial, e selecionem teorias, obras e suportes que ampliem o cânone literário a partir da produção da diferença, considerando, particularmente, o conceito “zona de contato” (PRATT, 1999), lugar preferencial dessas criações em espaços de conflitos, hierarquias e tensões. Portanto, os trabalhos inscritos devem: 1. Abordar as recentes produções indígenas no Brasil tendo em vista a tradução cultural e a vivência da interculturalidade por esses sujeitos criativos e contemporâneos; 2. Estudar as produções afro-brasileiras tendo em vista os laços com a memória e a história africanas e com temas como ancestralidade, tradição e contemporaneidade pós-colonial; e/ou 3. Ampliar a visão que se tem sobre narrativa, com o estabelecimento do conceito de narrador urbano, voltando o olhar para sujeitos que não necessitam do papel, da história contada ou da imagem para se legitimarem, mas que podem se inscrever na sociedade a partir da junção de todas essas possibilidades, do que se conhece como hipermídia.
S 04 - POR UMA CRÍTICA E TRADUÇÃO DO EXÍLIO: AS ÁFRICAS E AS DIÁSPORAS
Profa. Dra. Ludmylla Mendes Lima (UNILAB)
Profa. Dra. Fernanda Alencar Pereira (UnB)
Partindo da definição de exílio elaborada por Edward Said: “um estado de ser descontínuo” (Reflexões sobre o exílio, 2003), propomo-nos a refletir o estado de exílio, naquilo que o torna descontínuo e provisório. A contradição aqui se estabelece como pressuposto, método e objetivo. O intelectual exilado, segundo Said, deve ter como meta a recusa da linguagem como jargão, ou seja, ele não pode permitir que a linguagem amenize, diminua ou planifique as diferenças produzidas pelos homens e para os homens. A literatura é o principal foco dessa missão intelectual. Algumas literaturas africanas são caracterizadas, em grande parte, por sua relativamente rápida constituição formal, se levarmos em conta os poucos anos desde o início das colonizações, que transcreveram línguas ágrafas e impuseram línguas europeias ao continente, e as independências de cada nação. No entanto, carregam solenemente a herança do que de profundo há nas tradições milenares e nas dores da colonização. Carregam a contradição em si. Assim, convidamos a discutir conosco todos aqueles que se dispõem a ler como quem está em exílio, em estado de descontinuidade, perseguindo, agarrando, sentindo e fazendo aparecer a diferença no interior dos trânsitos das africanidades e das literaturas africanas em diáspora. Trata-se ainda de aproximar as fronteiras da Teoria da Literatura e dos Estudos Comparados, sem a intenção de reduzi-las a uma só coisa, mas com a finalidade de colocá-las em um tipo de tensão em que o leitor já não possa dizer “eu” ou “o outro”, que se sinta no “perigoso território do não pertencer” (SAID, op. Cit., p. 50). A originalidade do ponto de vista do exílio resgata a vitalidade da crítica literária como uma percepção de dimensões simultâneas – corporal, material, prática; ressalta a importância dos trabalhos em torno da tradução atenta às línguas em errância; pressupõe a formação de subjetividades no contexto contigente das experiências de coletividade, de estranhamento e de territorialidade. Para a crítica do exílio, o mundo todo é experimentado como uma terra estrangeira.
Profa. Dra. Ludmylla Mendes Lima (UNILAB)
Profa. Dra. Fernanda Alencar Pereira (UnB)
Partindo da definição de exílio elaborada por Edward Said: “um estado de ser descontínuo” (Reflexões sobre o exílio, 2003), propomo-nos a refletir o estado de exílio, naquilo que o torna descontínuo e provisório. A contradição aqui se estabelece como pressuposto, método e objetivo. O intelectual exilado, segundo Said, deve ter como meta a recusa da linguagem como jargão, ou seja, ele não pode permitir que a linguagem amenize, diminua ou planifique as diferenças produzidas pelos homens e para os homens. A literatura é o principal foco dessa missão intelectual. Algumas literaturas africanas são caracterizadas, em grande parte, por sua relativamente rápida constituição formal, se levarmos em conta os poucos anos desde o início das colonizações, que transcreveram línguas ágrafas e impuseram línguas europeias ao continente, e as independências de cada nação. No entanto, carregam solenemente a herança do que de profundo há nas tradições milenares e nas dores da colonização. Carregam a contradição em si. Assim, convidamos a discutir conosco todos aqueles que se dispõem a ler como quem está em exílio, em estado de descontinuidade, perseguindo, agarrando, sentindo e fazendo aparecer a diferença no interior dos trânsitos das africanidades e das literaturas africanas em diáspora. Trata-se ainda de aproximar as fronteiras da Teoria da Literatura e dos Estudos Comparados, sem a intenção de reduzi-las a uma só coisa, mas com a finalidade de colocá-las em um tipo de tensão em que o leitor já não possa dizer “eu” ou “o outro”, que se sinta no “perigoso território do não pertencer” (SAID, op. Cit., p. 50). A originalidade do ponto de vista do exílio resgata a vitalidade da crítica literária como uma percepção de dimensões simultâneas – corporal, material, prática; ressalta a importância dos trabalhos em torno da tradução atenta às línguas em errância; pressupõe a formação de subjetividades no contexto contigente das experiências de coletividade, de estranhamento e de territorialidade. Para a crítica do exílio, o mundo todo é experimentado como uma terra estrangeira.
S 05 - DIÁLOGOS AFRO-IBERO-AMERICANOS EM LITERATURA E CULTURA
Profa. Dra. Jurema Oliveira (UFES)
Prof. Dr. Amarino Queiroz (UFRN)
Os estudos africanistas realizados no Brasil encontram algumas lacunas no que diz respeito ao registro e à apreciação dos fenômenos literários e culturais temáticos produzidos na antiga África de colonização ibérica e sua diáspora nas Américas. As tentativas de fortalecimento de um diálogo Sul-Sul cada vez mais afinado com demandas e particularidades literárias e culturais afro-ibero-americanas se colocam, portanto, como um desafio crescente e uma necessidade também sob a perspectiva da crítica acadêmica brasileira na área de Letras. Neste sentido, o presente simpósio pretende ampliar o debate iniciado em torno da questão, trazendo maior visibilidade para autoras e autores cujas produções em línguas portuguesa e espanhola estejam compreendidas no espaço que aqui identificaremos como afro-ibero-americano. Para tanto, serão recortadas representações literárias e culturais negras nas literaturas e culturas afro-ibéricas, evidenciando ainda o protagonismo autoral de algumas de suas vozes africanas e afro-diaspóricas.
S 06 - TRAJETÓRIAS DA CURTA FICÇÃO EM ANGOLA: CONTINUIDADES E RUPTURAS
Profa. Dra. Joelma Santos (FACHO)
Com origem atrelada ao contar mítico e a épocas talvez insondáveis em que homens e mulheres teriam narrado para explicar fenômenos inexplicáveis, o conto em Angola só pode ser discutido se estabelecido um diálogo crítico com todo o seu percurso de ascensão e modificações no referido cenário, mas, e, sobretudo, se buscado o entendimento de sua relação com suas formas de expressão oral. A proliferação e efervescência do conto, em sua expressão escrita, como é sabido, são estimuladas nos anos 1950, tendo como suporte principal Mensagem e Cultura, e em que se fizeram despontar muitos e novos contistas. Este simpósio tem o intuito de pensar que contribuições trazem as diversas propostas estéticas do conto produzido em Angola para o desenvolvimento do gênero e seus desdobramentos nos cenários literário, social e político de então e até a produção mais recente do gênero em questão. Busca-se discutir seus diferentes gestos, modos de realização e autorias. Com vistas nessa proposta, temos em mente os estudos e recolhas de Óscar Ribas (1964), Chatelain (1964), Santilli (1985), além dos trabalhos teórico-críticos de Piglia (2004), Gotlib (2006), Kandjimbo (2001), Padilha (2007), Santos (2014), et al. A literatura é entendida, neste espaço de entrecruzamento de olhares críticos, como o lugar que problematiza “realidades”, provoca continuidades e sugere rupturas. Na rede de imbricamentos que circula um ambiente de produção literária tão peculiar, como é o de Angola, ressai a postura indagadora dos escritores e escritoras contistas, por oferecer palco a uma parcela do mundo sobre o qual narram.
S 07 - ARMAÇÃO DE MUNDOS POSSÍVEIS DO INSÓLITO FICCIONAL EM LITERATURAS AFRICANAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
Prof. Dr. Flávio Garcia (UERJ)
Conforme defende Albaladejo Mayordomo (Semántica de la narración: la ficción realista. Madrid: Taurus Universitaria, 1991.), os mundos possíveis ficcionais, construídos no interior do texto, são armações discursivas que põem em xeque os limites da realidade, buscada, parasitariamente, conforme Eco (Seis passeios pelos bosques da ficção. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.), nos mundos possíveis referenciais de base, para emoldurar a ficção. As arquiteturas semionarrativas comprometidas com a lógica ocidental racionalista e aristotélica mimetizam, nos mundos possíveis ficcionais, personagens, ações, espaços e tempos próximos das expectativas ancoradas no senso comum vigente em dado cronótopo. Distintivamente, as arquiteturas semionarrativas que visam questionar e surpreender a lógica ocidental racionalista e aristotélica instauram ranhuras, fissuras, fraturas, rupturas na composição de personagens, espaços e tempos, bem como na efabulação, fragilizando valores de determinado cronótopo (PRADA OROPEZA, R. “El discurso fantástico contemporáneo: tensión semántica y efecto estético”, in Semiosis II, México, n.3, p.54-76, enero-junio 2006.). Assim, têm-se, genericamente, dois sistemas semionarrativos conflitantes entre si, que favorecem vertentes da ficção franqueadoras de espaços a sujeitos silenciados. Nos estudos da ficção africana, pululam tensões na abordagem desses vieses não realistas, levando a que se contraponham perspectivas intra, extra e interdiscursivas, e tal fenômeno é especialmente notável no cenário das literaturas africanas de língua portuguesa na ficção, com destaque para Moçambique, mais notadamente na prosa de Mia Couto. O que se espera, no seio das discussões, é problematizar essa premissa, aproximando pesquisas que transitam por diferentes veredas: do Maravilhoso, Fantástico, Sobrenatural, Realismo Maravilhoso, Realismo Animista; da Ficção do Metaempírico, Fantasy etc.
S 08 - RODA DE CONVERSA SOBRE A LEI 10.639/03: TEXTOS E CONTEXTOS PARA SALA DE AULA
Profa. Dra. Erica Cristina Bispo (IFRJ)
Profa. Dra. Fernanda Antunes Gomes da Costa (UFRJ)
Profa. Dra. Fernanda Antunes Gomes da Costa (UFRJ)
Após 13 anos desde a promulgação da lei 10.639/03, ainda há um hiato entre teoria e prática quando se trata da inserção da História e Cultura Africanas e Afro-brasileira, apesar da ampliação do número de cursos, livros e grupos de estudos sobre o tema. Histórias de sucesso são lidas e ouvidas isoladamente, mas, até agora, há pouca sistematização acerca dessas ações. Contando com a contribuição de professores que atuam em diversas frentes, este simpósio visa a compartilhar relatos de experiência e propostas metodológicas de implementação da lei. Integrando as narrativas exitosas e a fim de colaborar com a implementação da legislação corrente, o simpósio debaterá a presença e a relevância dos Núcleos de Estudos Afro-brasileiros (NEAB) e coletivos estudantis, como agentes colaborativos para repensar as relações étnico-raciais, promover a igualdade e desenvolver a cidadania. No que diz respeito às práticas pedagógicas no ensino de Literatura, serão abordados o diálogo entre as Literaturas Africanas e a Literatura Brasileira, o papel dos escritores afro-brasileiros e propostas de reformulação do currículo da disciplina no Ensino Médio. O simpósio, portanto, busca fomentar a reflexão crítica do fazer pedagógico no campo das Literaturas e das Relações Étnico-Raciais em textos e contextos para sala de aula.
S 09 - LITERATURAS AFRO-BRASILEIRAS E AFRICANAS: DOS CONTARES E CANTARES DA TRADIÇÃO AFRICANA À “TRADUÇÃO” DE IDENTIDADES EM DIÁSPORAS
Prof. Dr. Elio Ferreira (UESPI)
Profa. Dra. Tania Lima (UFRN)
O presente simpósio propõe-se a discussões e leituras de temas e tessituras das LITERATURAS AFRO-BRASILEIRAS E AFRICANAS: dos contares e cantares da tradição africana à “tradução” de identidades em Diásporas. (SAID, 2007). A literatura e a cultura afrodescendentes das Américas, Brasil, Antilhas, Caribe e África se entrecruzam como as águas de diferentes rios; fazem seu curso, vão se recompondo com muitas histórias, lugares, povos e civilizações. Essas literaturas escritas e oralidades, contares, cantares, as “Jóias trazidas da escravidão”: a música do Atlântico negro (GILROY, 2001), cujas nações, etnias, identidades relações de gênero foram afetadas pela violência da administração colonial e escravagista europeu (BHABHA, 2001); contudo, o legado da tradição oral africana, a herança dos griots (DIOP, 1999) das narrativas e cantares mantiveram-se presentes na escrita dos autores africanos, afro-brasileiros, afrodescendentes e insulares. A partir da análise comparada de obras de ficção, “autoficção”, de escritores de nações diferentes, pode-se destacar temas como colonização, Pele negra, máscaras brancas (FANON, 2008), emancipação política, descolonização, construção de identidades, ponto de vista do narrador, subjetividades (DUARTE, 2011; CUTI, 2010; FERREIRA, 2006), relatos de experiências vivenciados pelos africanos e Diásporas: memória e esquecimento (BRAND, 2001), narrativas escravas, oralidades e escritas pós-coloniais (LEITE, 2012). Sob a ótica da crítica literária afrodescendente e relação de gênero, dar-se-á relevo a abordagens como “a escrita marcada por uma subjetividade construída, experimentada, vivenciada a partir do corpo, condição [...] de mulheres negras na sociedade brasileira” (EVARISTO, 2011, 131) e de homens negros. O valor cultural (CONNOR, 1994) admite a coexistência da diferença, de multiculturalidades (HALL, 2003), fronteiras, ambiguidades, entre-lugares (BHABHA, 2001), encruzilhadas, lugares de pertencimentos (DU BOIS, 1998), de identidades africanas (APPIAH, 1997, 2007) e dos afrodescendentes em Diásporas que devem ser reconhecidos como sujeitos da “totalidade-mundo” (GLISSANT, 2005).
S 10 - NARRATIVAS DA DIÁSPORA: INTERSECCIONALIDADES ENTRE PROCESSOS ARTÍSTICOS E DISCURSOS
Paula Santana (UFRPE-UAST)
Paulo Marcondes (UFPE)
O presente Simpósio visa constituir um fórum para estudos e reflexões conduzidos na interface entre as diversas formas artísticas de narrativa e a chamada crítica pós-colonial. Desde ao menos a “virada reflexiva” nos anos 1980, as questões e dilemas dos estudos literários, de cinema e de arte contemporânea têm se aproximado cada vez mais das preocupações deste campo interdisciplinar. No campo acadêmico brasileiro, contudo, este diálogo é ainda bastante incipiente. O Simpósio visa agregar trabalhos que estejam pensando narrativas artísticas diaspóricas à luz de conceitos compartilhados com a crítica pós-colonial, seja através de autores clássicos como Frantz Fanon e Edward Said, seja com discussões mais contemporâneas como as avançadas pelos subaltern studies (Chakrabarty, Spivak, Bhabha), o programa latino-americano da modernidade-colonialidade (Quijano, Mignolo, Escobar), ou a antropologia da religião e secularismo (Asad, Mahmood, Hirschkind). Serão benvindos textos analíticos tecidos a partir de perspectivas diversas (antropológica, literária, sociológica, estética e política). As narrativas da diáspora estudadas como “textos” e como "pretextos" devem elaborar reflexões teóricas abrangentes sobre questões identitárias, culturais e ideológicas que formam o bojo do pensamento pós-colonial e dos cultural studies. Os temas não precisam se restringir ao foco clássico em questões de raça e colonialismo, podendo incluir também discussões sobre nacionalismos, gênero, migrações, desenvolvimento, colonialismos internos, relações interétnicas, ciência e conhecimentos tradicionais, entre diversos outros.
Paula Santana (UFRPE-UAST)
Paulo Marcondes (UFPE)
O presente Simpósio visa constituir um fórum para estudos e reflexões conduzidos na interface entre as diversas formas artísticas de narrativa e a chamada crítica pós-colonial. Desde ao menos a “virada reflexiva” nos anos 1980, as questões e dilemas dos estudos literários, de cinema e de arte contemporânea têm se aproximado cada vez mais das preocupações deste campo interdisciplinar. No campo acadêmico brasileiro, contudo, este diálogo é ainda bastante incipiente. O Simpósio visa agregar trabalhos que estejam pensando narrativas artísticas diaspóricas à luz de conceitos compartilhados com a crítica pós-colonial, seja através de autores clássicos como Frantz Fanon e Edward Said, seja com discussões mais contemporâneas como as avançadas pelos subaltern studies (Chakrabarty, Spivak, Bhabha), o programa latino-americano da modernidade-colonialidade (Quijano, Mignolo, Escobar), ou a antropologia da religião e secularismo (Asad, Mahmood, Hirschkind). Serão benvindos textos analíticos tecidos a partir de perspectivas diversas (antropológica, literária, sociológica, estética e política). As narrativas da diáspora estudadas como “textos” e como "pretextos" devem elaborar reflexões teóricas abrangentes sobre questões identitárias, culturais e ideológicas que formam o bojo do pensamento pós-colonial e dos cultural studies. Os temas não precisam se restringir ao foco clássico em questões de raça e colonialismo, podendo incluir também discussões sobre nacionalismos, gênero, migrações, desenvolvimento, colonialismos internos, relações interétnicas, ciência e conhecimentos tradicionais, entre diversos outros.
S 11 - CRIOULOS DE BASE LEXICAL PORTUGUESA: ASPECTOS LINGUÍSTICOS E SOCIOHISTÓRICOS
Profa. Dra. Cláudia Roberta Tavares Silva (UFRPE)
Inserido no âmbito da linguística de contato, este simpósio contempla estudos linguísticos e sociohistóricos voltados à compreensão dos crioulos de base lexical portuguesa (por exemplo, na África, crioulos da Alta Guiné e do Golfo da Guiné e, na Índia, crioulos Indo-Portugueses), línguas que, embora possuam unidades lexicais majoritariamente de origem portuguesa e possuam características em comum, distinguem-se sobremaneira de sua língua lexificadora em vários aspectos gramaticais (fonologia, morfologia, sintaxe). Diante disso, espera-se a discussão de resultados provenientes de estudos contrastivos entre as línguas crioulas e destas com sua língua lexificadora, além da discussão da formação sociohistórica e da constituição do perfil sociolinguístico das primeiras, tendo em mente sua repercussão, por exemplo, no âmbito sociopolítico e educacional.
S 12 - PERCURSOS DA MEMÓRIA EM NARRATIVAS AFRICANAS
Profa. Dra. Assunção de Maria Sousa e Silva (UFPI)
Profa. Dra. Roberta Maria Ferreira Alves (UFVJM)
Este simpósio propõe discutir sobre as narrativas de memória, privilegiando as abordagens crítico-literárias na perspectiva do realismo e/ou neorealismo. Neste sentido, espera-se promover reflexão em que memórias e esquecimentos venham ser dispositivos de problematização das realidades individual, coletiva, histórico-social e cultural. Memória e esquecimento, faces indissociáveis de um mesmo plano, são sempre utilizados com intencionalidades diversas e diferentes na reescrita da história e da cultural de um povo. As opções de leitura devem orbitar as literaturas africanas de língua portuguesa com suas variadas concepções e estratégias discursivas e contextuais, seja na recuperação das tradições, seja no fomento das multiplas identidades. Assim posto, o momento de discussão também reserva espaço para análise das ranhuras sobre os “lugares de memória” revisitados provocadas pela colonização e globalização.
S 13 - DIÁLOGOS PELO FEMININO: AS MULHERES ESCREVEM A ÁFRICA
Prof. Dr. Kleyton Pereira (UFRPE)
Profa. Dra. Zuleide Duarte (UEPB)
O que escrevem as autoras africanas? A escrita da mulher em África, orientada pela necessidade de dizer, é plena de paixão e revela o compromisso com a história dos países onde nasceram. A urgência de dar voz e vez às visões de mundo pela dicção feminina, a necessidade de mostrar ao leitor questões cruciais que permeiam o seu universo cultural, faz com que essas escritoras imprimam uma dicção inusitada ao espetáculo artístico e humano da situação da mulher historicamente ligada à transmissão de valores culturais como: hospitalidade, respeito aos ancestrais, preservação de usos e costumes. Através de narrativa oral ou do texto escrito, as autoras africanas retratam o papel da mulher na sociedade ancestral e os conflitos na adaptação a uma nova realidade, advinda com os processos de descolonização. Este simpósio pretende ampliar o debate sobre as literaturas africanas escritas por mulheres, visibilizando sua produção ficcional e crítica. Aceitam-se trabalhos que enfoquem a escrita de mulheres nas línguas português, inglês, francês e espanhol, contemplando temas próprios da cultura africana tradicional como da experiência diaspórica.
S 14 - SOMBRAS E ASSOMBRAÇÕES DA HISTÓRIA
Profa. Dra. Carmen Tindó (UFRJ)
Profa. Dra. Rita Chaves (USP)
Prof. Dr. Nazir Can (UFRJ)
Profa. Dra. Renata Flavia da Silva (UFF)
A produção literária angolana e moçambicana contemporânea: algumas das principais marcas e vertentes. Relações entre literatura e história. Os fantasmas coloniais e a necessidade de exorcizar os pesadelos oriundos “da grande noite colonial”. Análise de como a memória, o esquecimento e os afetos são trabalhados literariamente, desvelando sombras e assombrações da história. O papel da literatura e das artes na construção de novas articulações estéticas, teóricas e políticas, que se manifestam, também, como atos éticos e humanos capazes de refletirem criticamente sobre os males deixados pelo colonialismo e regimes opressores. Caminhos teóricos, trilhados nas últimas décadas, para a abordagem das Literaturas Africanas de Língua Oficial Portuguesa e o lugar crítico dos estudiosos dessas letras.
S 15 - MEMÓRIAS DE GUERRAS E DESAFIOS DA PAZ EM ROMANCES AFRICANOS DE LÍNGUA PORTUGUESA
O interesse do Simpósio é discutir as imagens de violência produzidas em narrativas ficcionais africanas de língua portuguesa que têm como tema a guerra e/ou outras situações traumáticas. Admitindo que a ficção pode mostrar os sofrimentos e os aprendizados decorrentes das situações traumáticas a que os sujeitos estão expostos, pretende-se discutir como esses elementos se configuram em textos literários produzidos por escritores africanos de língua portuguesa nas últimas décadas. O debate pretende ampliar a reflexão para o processo de construção textual empreendido pelos escritores, considerando que ele poderá constituir-se como meio de problematizar o ato de narrar e, também, a subjetividade em contextos marcados por situações de violência e trauma.
S 13 - DIÁLOGOS PELO FEMININO: AS MULHERES ESCREVEM A ÁFRICA
Prof. Dr. Kleyton Pereira (UFRPE)
Profa. Dra. Zuleide Duarte (UEPB)
O que escrevem as autoras africanas? A escrita da mulher em África, orientada pela necessidade de dizer, é plena de paixão e revela o compromisso com a história dos países onde nasceram. A urgência de dar voz e vez às visões de mundo pela dicção feminina, a necessidade de mostrar ao leitor questões cruciais que permeiam o seu universo cultural, faz com que essas escritoras imprimam uma dicção inusitada ao espetáculo artístico e humano da situação da mulher historicamente ligada à transmissão de valores culturais como: hospitalidade, respeito aos ancestrais, preservação de usos e costumes. Através de narrativa oral ou do texto escrito, as autoras africanas retratam o papel da mulher na sociedade ancestral e os conflitos na adaptação a uma nova realidade, advinda com os processos de descolonização. Este simpósio pretende ampliar o debate sobre as literaturas africanas escritas por mulheres, visibilizando sua produção ficcional e crítica. Aceitam-se trabalhos que enfoquem a escrita de mulheres nas línguas português, inglês, francês e espanhol, contemplando temas próprios da cultura africana tradicional como da experiência diaspórica.
S 14 - SOMBRAS E ASSOMBRAÇÕES DA HISTÓRIA
Profa. Dra. Carmen Tindó (UFRJ)
Profa. Dra. Rita Chaves (USP)
Prof. Dr. Nazir Can (UFRJ)
Profa. Dra. Renata Flavia da Silva (UFF)
A produção literária angolana e moçambicana contemporânea: algumas das principais marcas e vertentes. Relações entre literatura e história. Os fantasmas coloniais e a necessidade de exorcizar os pesadelos oriundos “da grande noite colonial”. Análise de como a memória, o esquecimento e os afetos são trabalhados literariamente, desvelando sombras e assombrações da história. O papel da literatura e das artes na construção de novas articulações estéticas, teóricas e políticas, que se manifestam, também, como atos éticos e humanos capazes de refletirem criticamente sobre os males deixados pelo colonialismo e regimes opressores. Caminhos teóricos, trilhados nas últimas décadas, para a abordagem das Literaturas Africanas de Língua Oficial Portuguesa e o lugar crítico dos estudiosos dessas letras.
S 15 - MEMÓRIAS DE GUERRAS E DESAFIOS DA PAZ EM ROMANCES AFRICANOS DE LÍNGUA PORTUGUESA
Profa.
Dra. Sueli da Silva Saraiva (UNILAB/CE)
Profa.
Dra. Zoraide Portela Silva (UNEB)
Prof. Dr. José Carlos Siqueira de Souza (UFC)
As literaturas de Angola,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe ascenderam como
marcos da luta anticolonialista e pela formação das identidades nacionais. O
caráter de crítica político-social perpassa ininterruptamente os textos de
ficção, revelando os modi operandi dessas sociedades, desde a utopia eufórica
da independência à contemporaneidade desconcertada em faces renovadas do
colonialismo. Uma parte significativa de seus literatos, tendo vivenciado ou
não o declínio do colonialismo nos anos de 1960/1970, opera no plano da
narrativa ficcional e em textos de intervenção uma enfática resistência
intelectual, chamando a atenção para a função ainda necessária da “literatura
de combate”. Na esfera do romance comparecem como temas os dilemas sociais,
culturais, linguísticos etc. acrescidos das traumáticas memórias de guerras,
tanto da anticolonial quanto dos posteriores conflitos civis, além da angústia
de um presente em delicado equilíbrio de paz, regido por jogos de pequenos e
grandes poderes. Considerando o que foi exposto, este simpósio acolherá
comunicações que tragam para o debate obras (romances africanos em língua
portuguesa) que explorem como temas a constituição dessas sociedades, em seus
contextos políticos, econômicos e culturais marcados pelos signos das guerras e
os desafios da paz.
S
16 - NÃO FOI ISSO QUE COMBINAMOS...
Profa. Dra. Andrea
Muraro (UNILAB/CE)
Profa. Dra.
Livia Apa (Università degli Studi do Napoli "l'Orientale", Itália)
Profa. Dra.
Luana Antunes Costa (UNILAB/CE)
Passados mais de
quarenta anos das independências dos países africanos, este simpósio tem
interesse em discutir os processos identitários percorridos por estas
literaturas, revendo aspectos que despontaram ao longo do período anterior e
posterior às independências, tal como o nacionalismo. Dessa forma, serão
acolhidas questões sobre apropriações e reelaborações que perpassem as
oralidades e as escritas da memória, o aproveitamento da História e especialmente
da Antropologia, como vozes significativas na composição literária, ao lado da
construção teórico-crítica dessas mesmas literaturas. Junto disso, também serão
bem-vindas reflexões sobre produções literárias que se valem de abordagens
sobre as tensões e os pactos sociais contemporâneos.
S
17 - VIOLÊNCIA E TRAUMA NA ESCRITA LITERÁRIA AFRICANA DE LÍNGUA PORTUGUESA
Profa. Dra. Terezinha
Taborda Moreira (PUC-Minas)
O interesse do Simpósio é discutir as imagens de violência produzidas em narrativas ficcionais africanas de língua portuguesa que têm como tema a guerra e/ou outras situações traumáticas. Admitindo que a ficção pode mostrar os sofrimentos e os aprendizados decorrentes das situações traumáticas a que os sujeitos estão expostos, pretende-se discutir como esses elementos se configuram em textos literários produzidos por escritores africanos de língua portuguesa nas últimas décadas. O debate pretende ampliar a reflexão para o processo de construção textual empreendido pelos escritores, considerando que ele poderá constituir-se como meio de problematizar o ato de narrar e, também, a subjetividade em contextos marcados por situações de violência e trauma.